A história de Romeu Montéquio e de Julieta Capuleto foi escrita nos finais do séc. XVI (1591-159-). No entender de Villas Boas, autor da mais recente tradução portuguesa dessa obra, é "a mais bela história de amor". Antes de Shakespeare, há notícia de outros autores que recriaram esse conturbado amor: Masuccio Salernitano, em 1476, embora os nomes das personagens sejam Mariotto e Gianozza; Luigi de Porto, que adaptou esse conto, dando os nomes de Giulietta e Romeo às personagens principais, em 1530, e colocando a ação em Verona; passando pelo conto de Arthur Brooke (The tragicall History of Romeus and Juliet, 1562), a que se seguiu uma novela de William Painter, Rhomeu and Juliett, entre outros autores que trataram a trágica história do relacionamento entre dois jovens de famílias desavindas.
Shakespeare reordenou os episódios e criou outros, expandiu o papel de personagens vitais, passou de um estilo declamatório ao gosto da época para um estilo poético, mais puramente dramático e conseguiu universalizá-la como uma história de amor. Foi primeiro levada à cena no teatro Curtain.
A história tem lugar numa Verona lendária, onde vivem duas famílias poderosas e inimigas, os Montéquios e os Capuletos. Romeu Montéquio e Julieta Capuleto encontram-se num baile de máscaras. Trocam palavras cuidadas e juram amor sem fim. Numa cidade cega de violência e de interesses, os dois jovens pairam acima de tudo isso, procurando cumprir o grande amor que deles se apossou. Mas espera-os um trágico fim. A morte de Romeu e Julieta acaba por não ser em vão, unindo e redimindo duas famílias consumidas pelo ódio.
No tempo em que Shakespeare escreveu esta peça não encheu apenas anfiteatros de madeira que podiam levar até 3000 pessoas, teve também um êxito estrondoso em edição. Desde logo tornou-se um romance popular. Na verdade, “Romeu e Julieta” é certamente a única peça de Shakespeare que fala directamente aos jovens. A atracção que a história exerce é universal.
MJVieira